O jornalismo local em extinção

Na guerra à informação, a sua cidade ainda tem quantos veículos de imprensa locais? Nos EUA, mais de 2 jornais locais fecham as portas a cada semana.

Descrição da imagem: 3 pilhas de jornais velhos, lado a lado.

A taxa de fechamento de jornais locais nos EUA acelerou para 2,5 por semana em 2023, de acordo com um novo relatório da faculdade de jornalismo da Northwestern University, em Illinois, divulgado em 16 de novembro.

Mais de 130 jornais foram fechados ou absorvidos por outros neste ano, e até o final do próximo ano o país está a caminho de perder um terço dos jornais que tinha em 2005, segundo o relatório. Mais da metade dos distritos dos Estados Unidos têm apenas um, ou nenhum, veículo de notícias local.

O relatório deste ano marca a sexta edição do projeto "State of Local News". Os pesquisadores descobriram que, desde 2005, os EUA perderam quase 2.900 jornais e 43.000 jornalistas.

Veículos de notícias locais alternativos, como sites exclusivamente digitais, organizações de mídia étnica e estações públicas de radiodifusão, tendem a ser pequenos e agrupados em torno de áreas metropolitanas, portanto, quando comunidades em áreas menos ricas ou menos densamente povoadas perdem seu jornal local, muitas vezes não recebem um substituto.

Informações do artigo: US lost more than two local newspapers a week this year, new Medill report finds, do Poynter Institute for Media Studies, 16/11/2023.

Extremos climáticos de 2023 no Brasil ainda não chegaram ao pico, diz Cemaden

Cenário só piora, e os governos deveriam estar preparados, pois foram avisados há meses, segundo coordenador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Descrição da imagem: Embarcação encalhada no Rio Negro, demonstrando o quanto baixou o nível da água devido à seca que se aprofunda na Amazônia — Foto: MICHAEL DANTAS/AFP/16-10-2023

Em meio ondas simultâneas de extremos de calor, seca e chuvas nas regiões, os especialistas reunidos em evento sobre os impactos alertam que essas condições ainda não chegaram no seu ápice deste ano, e se agravarão à medida que o El Niño avança para o pico de sua atividade, em dezembro.

O ano de 2023 caminha para ser o recordista de extremos climáticos simultâneos no país, com uma onda de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste; seca no Norte e fortes chuvas no Sul. Também deverá ser o mais quente dos últimos 125 mil anos, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM).

A gravidade da situação também se mede no número de ondas de calor. Nobre mostrou um estudo publicado em 2021 na revista “Science”, que estimava que uma pessoa nascida em 1960 passaria por pelo menos sete ondas ao longo da vida. No Brasil de 2023, as ondas já somam oito este ano.

Os especialistas preveem que a seca na Amazônia se aprofundará, além de haver mais calor no Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas no Sul. Preocupa a situação do Nordeste, já que a estiagem severa é dada como certa na região no início de 2024.

O alerta foi dado nesta quinta-feira no evento “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”, que reuniu na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio, alguns dos maiores climatologistas do país.

— A situação está perigosa. A chuva já deveria ter começado na Amazônia Central, mas veio muito fraca. Teremos o prolongamento e acentuação da seca no Norte. Também no Nordeste, já há sinais de que a chuva vai atrasar, e haverá seca. Estamos avisando há meses, o cenário só piora. Os governos já deveriam estar preparados — salientou José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Marengo lembrou que não é só a intensificação do El Niño que distorce o clima. O Atlântico Norte permanece muito quente, em pleno inverno do Hemisfério Norte, influenciando as condições climáticas na Amazônia e no Nordeste.

Informações extraídas da matéria “Altas temperaturas, chuvas e seca à vista: El Niño vai agravar o clima extremo no Brasil em dezembro”, por Ana Lúcia Azevedo, no Extra/Globo, em 17/11/2023.

Números oficiais extremos: chuvas de outubro em SC

Estações do INMET e CIRAM registraram chuvas em níveis inéditos, superando os 300% da média na maioria das regiões do estado.

Descrição da imagem: Mapa geográfico colorizado indicando o percentual da chuva de outubro de 2023 em relação à média histórica, com a maior parte do estado indicando 300% ou mais.

O mês de outubro usualmente já tem chuvas elevadas em SC, e mesmo assim os números de outubro de 2023 ultrapassam o triplo da média histórica, ficando acima dos 400mm em grande parte do estado, com uma grande faixa acima de 500mm e 6 cidades com registros acima de 600mm.

As meteorologistas do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) resumiram o mês de outubro em duas notas, das quais destaco trechos:

A chuva do mês trouxe novos recordes para outubro em SC

Os surpreendentes 510,60 mm na estação automática de Videira superaram os 324 mm de 2018, a estação de Campos Novos também no Meio-Oeste e São Joaquim no Planalto Sul catarinense superaram 460 mm e estão entre as estações com novo recorde mensal, como mostra a Tabela 1.

Descrição da imagem: Tabela 1 – Precipitação acumulada (mm) com quebra de recordes no mês de outubro em 2023 em estações automatizadas. Elaborada por Anderson Monteiro – Técnico em Meteorologia. A tabela mostra os valores medidos em outubro em 6 estações da EPAGRI, comparando com seus recordes anteriores

Ressalta-se que estações com menos tempo de instalação também registraram totais muito altos para o mês de outubro, como Mirim Doce com 725,40 mm, Taió com 646 mm, Tangará com 632 mm.

Outubro de 2023 histórico com chuva acima de 600mm em SC

Os totais de chuva de outubro superaram os 400mm em grande parte de SC, ficando acima de 500mm em uma ampla área do Extremo Oeste ao Meio-Oeste, Alto Vale do Itajaí e Planalto Norte (Figura 1). Valores acima de 600mm foram registrados em Mirim Doce (725,4mm), Taió (646,8mm), Papanduva, Porto União, Tangará e Chapecó (Tabela 1). Os elevados totais resultaram em precipitação muito acima da média climatológica no estado (Figura 2). Na maior parte de SC, observa-se que o total de chuva de outubro foi 3x mais do que a média histórica do mês, que já é elevada nessa época do ano.

Um total de cinco eventos de chuva excessiva (entre 03 e 04; 06 e 08; 11 e 12; 17 a 19; 27 a 29/10) ocorreu em SC ao longo do mês, sendo cada um deles com acumulados acima de 100mm. Além da chuva contínua e volumosa, em alguns dias também foram registrados temporais com granizo e fortes rajadas de vento. Três desses eventos ocorreram na primeira quinzena, somando totais de mais de 300mm, somente neste período, em boa parte das localidades do Meio-Oeste ao Litoral, com valores mais elevados no Alto Vale do Itajaí, em Mirim Doce (465 mm) e Taió (456 mm).

Tempestades de areia voltam ao interior paulista no feriado da república

Imagens feitas por moradores de Ribeirão Preto mostram transformação na atmosfera na tarde desta quarta-feira (15). Segundo meteorologista do Climatempo, fenômeno acontece por conta do calor intenso e chuva insuficiente, registrados nas últimas semanas.

Descrição da imagem: Foto de região urbana em Ribeirão Preto com a nuvem de poeira avermelhada obscurecendo a visão de edificações e instalações urbanas.

Do G1:

Em tarde de calorão, 'tempestade de terra' atinge Ribeirão Preto e muda paisagem

  • "Estava olhando mais cedo pela janela e realmente não tinha nada, não. Questões de minutos, um vento forte e de longe a poeira veio chegando cada vez mais perto. Quando olhei novamente, estava muito mais forte, as portas batendo com o vento, tomamos um susto e fechamos tudo". (César Marcossi, de 31 anos, representante de vendas, morador do Jardim Paulistano, zona Leste da cidade.)
  • "Em função do calor muito intenso no norte do estado de São Paulo, nuvens muito carregadas se formaram em toda a região próxima a Ribeirão Preto. Os radares meteorológicos mostraram ares de chuva até de forte intensidade na região de Altinópolis, Brodowski e também em outras áreas próximas a São Simão. (...) Então as várias nuvens cumulonimbus que estavam próximas à região de Ribeirão Preto começaram a provocar essas rajadas de vento, que causaram esse levantamento de poeira em áreas onde não havia muita chuva ainda, onde a poeira ainda está muito solta, porque não tem chovido com frequência pra você realmente molhar o solo e assentar essa poeira". (meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo, ao G1)

Na segunda-feira (13), pelo menos sete cidades paulistas registraram temperaturas acima dos 40ºC.