Um mês depois do furacão, cidade turística milionária está longe de se recuperar

O furacão Otis passou pela milionária cidade turística de Acapulco, no México, na virada de outubro para novembro – e agora, um mês depois, 600.000 toneladas de lixo permanecem empilhadas pelas ruas, e a ajuda à população atingida ainda não está organizada.

Trabalhadores e uma máquina operam junto ao lixo empilhado pelas ruas de Acapulco
Uma equipe removendo detritos de uma rua de Acapulco.

A matéria do New York Times, datada de 25 de novembro, começa assim: “Abaixo das janelas quebradas dos arranha-céus dos hoteis do centro de Acapulco, as pessoas caminham ao lado de colinas imponentes de sacos de lixo cheios de comida podre e detritos, de colchões a decorações de Natal.”

“Bombeiros voluntários de estados distantes limpam os resíduos, enxotando enxames de baratas de seus braços.”

Moradores, autoridades de saúde pública e socorristas dizem acreditar que todo esse lixo não coletado está conectado às infecções estomacais, diarreia, erupções cutâneas e outras doenças das quais as pessoas se queixam desde a tempestade.

Logo que o furacão Otis se dissipou, as autoridades priorizaram a remoção de escombros e o restabelecimento da energia nas áreas de resorts turísticos, de acordo com autoridades da cidade, líderes empresariais locais e moradores. Alguns hotéis nessa área já reabriram.

Mas o prefeito da cidade estima que 666 mil toneladas de lixo permanecem empilhadas em Acapulco. Em condições normais, segundo as autoridades locais, seriam recolhidas de 700 a 800 toneladas de resíduos todos os dias.

Grupos empresariais locais pediram na semana passada às autoridades federais e estaduais que declarassem emergência sanitária citando "o acúmulo de lixo, material de construção, falta de água potável e a presença de insetos e fauna nociva" – num quadro que inclui restos humanos ainda não recolhidos.

Fonte: New York Times, 25/11/2023 - Cockroaches and Mountains of Trash Plague Acapulco After Hurricane.